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El Niño: previsão de ocorrência e sua relação com as Mudanças Climáticas

O El Niño Oscilações Sul (ENOS) é o fenômeno atmosférico-oceânico que compreende as situações nas quais o Oceano Pacífico Equatorial está mais quente (denominado de El Niño) e mais frio (La Niña) do que a média histórica.


Oceano Pacífico. Imagem de Philippe Gauthier em Unsplash.


Para identificar a ocorrência deste fenômeno são realizados cálculos dos índices relacionados a temperatura da superfície oceânica e pressão ao nível do mar. As últimas previsões indicam uma alta probabilidade de ocorrência de El Niño nos próximos meses.


Dentre os efeitos deste fenômeno estão as secas, inundações, ondas de calor, incêndios florestais e tempestades mais extremas e frequentes. Apesar da concordância entre os modelos de simulações, existe incerteza quanto à intensidade e duração deste evento, podendo variar de moderado a forte.


No Brasil, em anos de El Niño, geralmente há o bloqueio das frentes frias na Região Sul, causando excessos de chuva nos meses de inverno e primavera, enquanto nos meses de outono e verão, nas regiões Norte e Nordeste, ocorre diminuição das chuvas.


Alagamento em Joinville - SC. Imagem de Isabel Lima em O Município Joinville.

Apesar do ENOS ser um fenômeno natural ocasionado pela distância do sol, posicionamento da lua, dentre outras mudanças gravitacionais, sabe-se que ele é impactado pelas mudanças climáticas provocadas pela ação do homem por acabarem ampliando os efeitos do El Niño e La Niña.


Um estudo publicado na Nature Reviews Earth & Environment indica que as emissões de gases de efeito estufa de origem antrópica tornam os eventos de El Niño e La Niña mais severos desde 1960. Ademais, de acordo com o professor Olavo Nardu da Universidade de Araraquara – Uniara “[...] a tendência já é ter a temperatura mais alta. Com o efeito El Niño, alguns bolsões aumentarão essa temperatura de forma mais intensa”.


Essas mudanças afetam também a intensidade das chuvas, impactando principalmente a população que vive em áreas de risco de deslizamentos e inundações. No Brasil, 3,9 milhões de pessoas vivem em 13.297 áreas de risco, sendo que 4 mil dessas localidades são classificadas como "risco muito alto" e 9.291 como "risco alto".


Além da diminuição de gases do efeito estufa e outras medidas de intervenção para se evitar o agravamento dos efeitos do El Niño, deve-se garantir boa infraestrutura e redução das ocupações em localidades de risco para reduzir os riscos de desastres envolvendo períodos de mudanças climáticas.





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