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Foto do escritorRebeca Possel

Secas e Inundações: Os Extremos do Clima Brasileiro

O aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície terrestre, desencadeado por fatores naturais, como atividade vulcânica, e principalmente, pelas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.


Esse processo de aquecimento contribui para a intensificação do efeito estufa, um fenômeno natural e vital que ocorre na atmosfera da Terra, onde a absorção da radiação solar resulta na manutenção de uma temperatura superficial adequada para a sustentação da vida.


Entretanto, à medida que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam a temperatura média da terra, devido às atividades humanas, esse equilíbrio natural é perturbado, levando a consequências significativas para o clima global e a biodiversidade do planeta.

Fumaça de queimadas sobre Ponte Rio Negro, em Manaus. Crédito: William Duarte/Rede Amazônica.

Além disso, outros fenômenos naturais, como o El Niño, também podem intensificar os efeitos das mudanças climática. Mais informações sobre os efeitos desse fenômeno podem ser consultadas em "El Niño: previsão de ocorrência e sua relação com as Mudanças Climáticas".


No Brasil, os eventos de secas e inundações vem se agravando em comparação aos anos anteriores e resultam em diversos prejuízos à saúde, ao patrimônio e ao meio ambiente, como os apresentados abaixo.


Chuvas na Região Sul


No início de setembro um ciclone extratropical atingiu o Vale do Taquari no Estado do Rio Grande do Sul e afetou mais de 330 mil pessoas, em 100 locais do estado. Estima-se que houve mais de 1,3 bilhões de reais em perdas, além de mais de 50 mortes confirmadas.


As chuvas fortes e riscos de desastres continuam nos estados do sul, sendo que muitas regiões ainda seguem alagadas e com o solo saturado.

Inundação em Lajeado, no Vale do Taquari, em 05/09/2023. Crédito: Mauricio Tonetto/Fotos Públicas.

Outra situação que evidencia os eventos extremos de chuva na região Sul ocorreu na foz do Rio Iguaçu, no Estado do Paraná, no dia 04 de novembro. As Cataratas do Iguaçu registraram uma vazão histórica de 24 milhões de litros por segundo, enquanto que a vazão considerada normal é de 1,5 milhão de litros por segundo.


Antes de chegar as Cataratas, as chuvas intensas causaram o transbordamento do rio em quase 60 cidades, entre a nascente, em Curitiba, e a foz, nas Cataratas do Iguaçu.

Vazão histórica nas Cataratas do Iguaçu. Crédito: Jonny Benitez/Uriba Cataratas.

Além dos riscos a vida e ao patrimônio, os eventos de inundações podem causar doenças como a leptospirose, transmitida por bactéria presente na água, tétano e dengue, devido ao acúmulo de água.


Secas na Região Norte


Em contrapartida aos eventos de chuvas extremas na região Sul, a região Norte passa por secas piores as registradas nos anos anteriores. O Rio negro, um dos rios mais importantes da Amazônia, registrou em 16 de outubro, em Manaus, a marca de 13,59 metros de profundidade, a menor desde 1902.

Pescador caminhando sobre o leito do Rio Solimões. Crédito: Lalo de Almeida.

Diversos são os efeitos da estiagem dessa região, dentre eles a morte de animais marinhos, dificuldade na distribuição de alimentos, acesso à educação e água limpa e casos de doenças transmitidas pela água contaminada, como cólera, hepatite e virose, afetando principalmente a população ribeirinha e comunidades indígenas.


Esses eventos extremos, muitos dos quais relacionados às mudanças climáticas, evidenciam a urgência de ações coletivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos do aquecimento global, além de medidas para a prevenção e redução dos riscos e atendimento as populações afetadas.


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