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Desafios Ambientais e Sanitários na Indústria Têxtil

Em 2021 foi publicado o livro Le Livre Noir de la Mode (O Livro Negro da Moda) pela pesquisadora Audrey Millet, sobre os riscos ambientais e sanitários do setor de roupas, menosprezado pelos legisladores e marcas até o momento.



De acordo com as pesquisas, as roupas, inclusive peças íntimas, contêm produtos tóxicos adicionados ao longo de todo o processo, como os agrotóxicos utilizados no começo da cadeia durante as plantações e produtos químicos adicionados para que durante o transporte as roupas não criem fungos.


Além destes, outras substâncias como ftalatos e derivados de cloro são adicionados para evitar manchas, facilitar a lavagem e dispensar o ferro de passar. Entretanto, tais compostos podem ser cancerígenos, além de causar infertilidade.


As roupas possuem tanto odor dos produtos que os fiscais da Alfândega que realizam a fiscalização dos containers de roupas que chegam na União Europeia, utilizam equipamentos de proteção individual como máscaras e luvas para proteção contra os efeitos dos químicos.


Estes químicos, no tamanho em que se encontram são um grande problema. As nanopartículas presentes nos tecidos possuem tamanho 10 mil vezes menor que um grão de sal, podendo infiltrar na corrente sanguínea pela pele e causar consequências à saúde.


Após a repercussão dos assuntos abordados e uma apresentação da pesquisadora no Parlamento Europeu, em 2023, uma série de testes foram encomendados pela Comissão Europeia e os resultados foram alarmantes: 1 em cada 6 peças fiscalizadas, importadas da China, chegam na Europa com concentrações de substâncias tóxicas acima do permitido.



Para garantir elevados níveis de proteção à saúde e meio ambiente, em 2007 entrou em vigor na União Europeia o REACH, regulamento de registro, avaliação, autorização e restrição das substâncias e misturas químicas, que tornou obrigatório o registro das dos químicos antes de entrarem no mercado europeu.


Na União Europeia, para o setor têxtil foram emitidas restrições a 33 substâncias nocivas que podem ser eliminadas para o meio ambiente durante a lavagem das roupas, além de serem potenciais cancerígenos e tóxicos à saúde humana, como o cádmio, chumbo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e outros. Entretanto, estudos indicam que a lista de químicos é insuficiente.


A implementação do regulamento REACH em 2007 é um passo positivo, mas a constante evolução da indústria exige uma revisão contínua das restrições e regulamentações. E a conscientização do consumidor é fundamental para pressionar por uma produção de moda mais sustentável e segura.



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